Sede, pois, imitadores de Deus, como
filhos amados; (Efésios 5.1)
Confesso que quando recebi este
tema para esta breve reflexão, fiquei a me questionar sobre o que o “refletido”
queria abordar. Reflexão em nossa língua é um exemplo claro de polissemia, que
nada mais é do que os vários significados atribuídos a uma palavra (Ex: Manga
de camisa e fruta, etc.). Fiquei a pensar sobre qual reflexão queria-se
abordar. Se a reflexão de uma imagem num espelho, a reflexão como produto de um
pensamento ou a reflexão de uma luz em uma superfície difusa. Por via das
dúvidas, resolvi abordar estes três aspectos da reflexão, pois tem tudo a ver
com o “imitar a Cristo”.
Paulo, o Apóstolo, escrevendo aos
efésios, exorta-os a serem imitadores de Deus. E isto, escreve, se encaixa no
sentido do exemplo de amor que o Senhor teve em demonstrar misericórdia e
compaixão para com a humanidade radicalmente pecadora, que enquanto ainda
inimiga d’Ele foi alvo do Seu amor perdoador e reconciliador (Rm 5.8). Este foi
o amor de Deus em Cristo. Capaz de perdoar seus ofensores e agraciar com a vida
eterna pecadores degenerados. Este amor desmedido, altruísta e doador (ágape)
deve ser imitado por todos aqueles que se chamam “Seus filhos”. E este fato
incide em total assimilação com o de sermos filhos, pois o filho obedece e
segue os passos do Pai. Quantas manias e trejeitos temos, que percebemos ser
herdados dos nossos pais? Ou mesmo uma criança que faz tudo quanto vê o pai
fazendo. Isto é fruto de filiação, conhecimento, intimidade e imitação daquele
a quem amamos como Pai.
Assim sendo, meditaremos em três
perguntas: O que você tem refletido? O que você tem refletido? E por último,
porém não menos importante: O que você tem refletido?
1. O
que você tem refletido?
Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é
semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; (Tiago
1.23)
O texto de Tiago vai mostrar a maior
dificuldade a qual mais temos visto em nossos dias no evangelicalismo moderno. Cristãos
contemplam a si mesmos. A imagem que é refletida nos espelhos das almas dos
homens é a própria e não a de Jesus Cristo. É uma imagem daquilo que são:
homens naturais, não regenerados.
Como tem se multiplicado o número
daqueles que se afirmam cristãos, mas que não conhecem e nem mesmo são
conhecidos por Cristo! Estes “joios” passam anos; casam-se, morrem dentro das
nossas igrejas sem ter um encontro verdadeiro com o Senhor Jesus, que
transformasse as suas naturezas a ponto de reconhecerem a podridão de seus
pecados e renderem-se ao Senhor como única fonte de salvação. Estes perdidos,
quando contemplam-se no espelho só veem a si mesmos porque estão sozinhos em
seu orgulho, vivendo rituais, regras e uma religiosidade totalmente aparente,
longe do Salvador. Você é assim? O que você tem visto no espelho? Como pode ser
um imitador de Deus se nem sabe quem Ele é?
2. O
que você tem refletido?
Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita
de dia e de noite. (Salmo 1.2)
Somos movidos por crenças. Você
está aí, sentado confortavelmente tranquilo na frente do seu PC ou com seu
smartphone ou tablet na mão porque entende ser este um lugar seguro. Porém, se
sua mente compreendesse que este lugar está em chamas, com certeza você não
estaria assim! Aqui percebemos a força das nossas convicções. Elas motivam as
nossas ações e comportamento.
No que você crê? O que tem te
motivado? São tantos hoje em dia aqueles que tem sido levados por ventos de
doutrina, indo na onda de cantores gospel alienados, ou mesmo por ensinamentos
satânicos de prosperidade financeira, liberalismo teológico ou mesmo caindo nos
desvios de ateísmo, comunismo, ecumenismo?
Temos uma geração fraca e
alienada como se vê porque lhe falta reflexão bíblica, e isto incide no ruminar
da Palavra, na profunda e constante meditação da Escritura, para que ela seja a
bússola norteadora das nossas mentes e consequentes ações. Como ser imitador se
não se sabe nem no que imitar?
O que você tem refletido?
Assim resplandeça a vossa luz diante
dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que
está nos céus. (Mateus 5.16)
Esta última análise tem toda uma
conexão com identificação. Quanto mais estamos próximos a Luz, mais
forte nossa reflexão. É como a lua que vemos em dias de cheia ou “superlua”,
que uma vez, longe de obstáculos, pode brilhar refletindo a luz do sol por
completo, iluminando sobremaneira a terra. Assim somos nós cristãos. Quanto
mais livres de obstáculos que trazem sombras e trevas, mais forte refletiremos
a luz de Jesus Cristo. E quanto mais próximos a Ele, mais plena a reflexão da
nossa luz será.
Já passa da hora de deixarmos de
ser uma geração que pula, determina, profetiza... Para sermos uma geração que
desesperadamente anseia pelo Seu Senhor e busca-O ardentemente em oração numa
relação íntima e sincera. Para que assim, junto d’Ele, a Sua gloriosa luz
reflita em nós para que iluminemos os que nos rodeiam a fim de que “A luz que
envergonha o próprio sol”, dissipe as trevas do mundo. Para imitarmos,
precisamos estar próximos, pois imitamos a quem amamos.
O que você tem refletido? Qual o
produto da imagem que é refletida no espelho da sua alma? A de Cristo ou a sua?
O que norteia a sua mente e consequentes ações? A Palavra ou o mundo? Seu
coração e consequentemente sua vida, ainda estão em trevas ou você tem conseguido
refletir a Luz de Deus? Tais reflexões são deveras pertinentes para a
compreensão de sua situação e papel de ação como imitador de Jesus nesta
sociedade tão deturpada pela influência do mal. Que em Cristo, o fruto desta
reflexão gere frutos de arrependimento, justiça e vida eterna em seu coração!
Luan Almeida
(Esboço da mensagem pregada para os jovens da Primeira Igreja Batista de Itabuna, em 09/08/2014)
Amém! Muito bom. Deus Abençoe!
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