O que é a Trindade?

  O Breve Catecismo de Westminster diz que existe somente um Deus, e este Deus subsiste em três pessoas: Pai Filho e Espírito Santo. E estas três Pessoas possuem a mesma substância, sendo iguais em poder e glória. De forma alguma as Escrituras ensinam que existem três deuses, bem como também não ensina que este Deus se disfarça de outras pessoas para se comunicar com a humanidade, como já imaginaram alguns. Tudo o que podemos afirmar sobre a doutrina da Trindade surgiu diretamente da Bíblia, não sendo e nem podendo ser fonte da elucubração humana, dada a complexidade da doutrina e nossa limitada compreensão. No livro “A Handbook of Christian Truth”, de Harold Lindsell and Charles J. Woodbridge (p.51-52) há uma frase baseada num sermão de Robert South (séc XVII), que se tornou muito famosa e é bastante feliz sobre este assunto, que diz: "A mente do homem não pode entender completamente o mistério da Trindade. Aquele que tentar entender completamente o mistério perderá a cabeça; m

Namorando ou não: Integralmente submissos a Cristo.

Texto base: Romanos 6.22


(Transcrição de estudo, feito aos jovens da Primeira Igreja Batista em Uruçuca-BA.)

Como é difícil falar sobre namoro! Até porque, a Bíblia não menciona esta palavra uma única vez, tampouco aborda algo semelhante a ‘namoro’ naqueles tempos. Na verdade, de acordo com a Palavra, isto poderia muito bem ser chamado de casamento.
Namoro é coisa nova. Tem lá seus quase 100 anos, e foi surgindo como uma forma dos pretendentes se conhecerem antes do dia do casamento, de fato. É uma preparação para o mesmo, e que, à medida da sociedade, tem sido destruído, desmoralizado, abandonado, ou perdido sua razão inicial. Hoje, poderíamos facilmente chamar de “recreação”. Até mesmo no meio cristão.
Mas, louvado seja Deus por estamos aqui! É sinal de que queremos aprender a sermos integralmente submissos a Cristo, então, aprenderemos algo d’Ele; porque de alguma maneira interna ou externa, Ele nos inclinou a estudarmos este tema, hoje, agora. Isto é sinal de que algo aconteceu a nós, e quer trabalhar nossa maneira de ver as coisas. Vamos lá!

Observemos antes o texto de Rm 6.22:

Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.

Mas, agora, libertados do pecado:

Cristo nos libertou da escravidão natural, onde servíamos ao pecado voluntariamente (Jo 8.34), e condicionalmente (carregávamos a herança de Adão e seguíamos pela carne, identificada com satanás à ponto de sermos chamados “filhos” – Jo 8.44).

Feitos servos de Deus:

Livres do pecado, conhecemos a verdadeira liberdade (Jo 8.32), sendo feitos ‘escravos’ de Deus. Esta é a real liberdade, pois fomos criados para amar a Deus e gozarmos eternamente d’Ele¹. Deste modo, servindo-O por meio da capacitação dada por Seu Espírito através da regeneração, podemos, presos por laços de amor (desejo puro, afetuoso, voluntário), pertencermos e aproximarmo-nos da Razão da nossa vida.

Tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna:

Na regeneração, somos recriados e reprogramados para sermos o que desde o Éden deveríamos ser: Santos. Este é o fruto do novo nascimento, e o penhor de garantia da eternidade. Salvos em Cristo, naturalmente nos santificamos, porque nos tornamos, à medida da revelação da Sua glória, parecidos com Ele (Ef. 4.13).

Bem! A uma primeira vista, parece que o texto supracitado não tem nada a ver com namoro ou vida sexual. E, realmente não se propõe a falar sobre isso, mas tem tudo a ver com o assunto, pois, trocando em miúdos, ele quer dizer que se fomos salvos em Jesus, regenerados por Deus e livres da escravidão do pecado, certamente veremos isto através de frutos de santificação. Nossa mente pensará diferente, nossas ações consequentemente serão outras e nossos relacionamentos também! (Não disse que poderíamos encaixar o namoro aí?) (Risos)

Abraham Kuyper afirmou que “Não há um único centímetro quadrado, em todos os domínios de nossa existência, sobre os quais Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: ‘É meu! ’”, e assim sendo, nosso namoro e vida sexual deve pertencer a Ele em propriedade e dedicação. Veremos abaixo, portanto, alguns aspectos para termos um relacionamento bíblico.

- Um relacionamento bíblico, integralmente submetido a Cristo, requer:

1. Abnegação

Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo. (1 Co 6.18 - NVI)

Fujam! Este é o imperativo que nos serve de preceito para um relacionamento bíblico. Não se trata de fugir do namoro, do rapaz ou moça (dependendo do caso, é claro! Rs), mas fugir da “porneia”, que em sua Bíblia pode estar como “imoralidade sexual”, “fornicação”, mas que mais exatamente quer dizer “prostituição”.
Fugir, como um gato foge do cão; fugir, não dando brecha ou vacilo; fugir, sem olhar para trás.... Também não falo somente durante, mas principalmente antes e, caso aconteça, depois.
A maioria dos escândalos sexuais entre jovens cristãos, acontece porque lhes falta controle! A mídia e a psicologia moderna, tem incutido em nossas mentes que fazer sexo aos 9, 10, 11, 12 anos é normal; que a masturbação é natural e faz bem, e que o erotismo que se vê é a manifestação de uma cultura livre da moralidade hipócrita imposta por uma sociedade religiosa... #SóQueNão! Não foi assim que Deus estabeleceu as coisas e, digam o que for, os filhos de Deus se apegarão ao Seu Pai. E a ordem dada por Ele é fugir!
Não podemos aceitar tais coisas, tampouco vive-las. E, apesar deste mundo, é possível estabelecer um padrão santo de relacionamento no que diz respeito a “intimidade”. Fujam dos toques intensos e carícias impróprias, fujam do conteúdo pornográfico que incita a masturbação, aprendam a olhar os outros não como possíveis parceiros sexuais, mas como irmãos. Isto evitará graves problemas de ordem sexual, psicológica e afetiva no futuro. Além, é claro, do fator principal: Este não é um fruto de santificação – do contrário – é abominável aos olhos do Senhor.
Abstenha-se do namoro pecaminoso, da solteirice promíscua, fuja de tudo isso! Ainda que pareça ser impossível ou impensável, é possível abnegar-se dos desejos carnais em submissão ao Senhor.

Disciplina:

Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. (I Coríntios 13.11)

Acabamos de ver que para ter um relacionamento submisso a Deus, precisamos nos abnegar dos chamados “desejos naturais da juventude”. Na verdade, esses desejos existem e são postos lá pelo próprio Deus que nos criou, mas eles não são um indicativo de que já é a hora de iniciar a vida sexual, mas sim, que é o momento de se preparar.
Biblicamente falando, existem alguns indicativos, pontos de perseguição, que todo jovem deve atingir ou no mínimo perscrutar, para que possa ser considerado apto a relacionar-se. Antigamente, por um processo familiar educacional, o jovem rapaz e a moça aprendiam esses princípios, quase que por osmose, e facilmente os aplicavam. Hoje, é necessário revisá-los, porque a não observância destes, tem levado muitos à ruína, e nossas famílias, à degradação.
Observe-os bem, pois além de uma regra a ser seguida, estes são parâmetros para a sua escolha de um parceiro para o resto da vida.

·         Meninos: Vocês estão aptos a exercerem liderança espiritual?
Sabem mais de Bíblia que suas namoradas? São capazes de lidera-las espiritualmente? Podem conduzi-las a Cristo e rumarem ao centro da vontade de Deus de tal modo que elas vejam Cristo refletido em suas vidas?

·         Você é capaz de cuidar do caráter da sua esposa?
É suficientemente competente para se dedicar a ela e prover-lhe alegria? Seria capaz de ama-la à ponto de dar sua vida por ela? Consegue fazer com que ela se sinta física e emocionalmente protegida por você?

·         Você pode prove-la financeiramente? Sustenta-la? Já trabalha com o intuito de casar-se e dar um lar seguro a sua família?

Tais tarefas cabem exclusivamente ao homem, pois ele é o futuro sacerdote e provedor do lar, responsável por guiar sua família até Deus. Se sua resposta a essas perguntas for “não”, você não está pronto para namorar.

·         Meninas: Vocês são recatadas?
O que mais chama atenção em vocês: Suas palavras ou seus decotes? Vocês são conhecidas por seu caráter ou por serem sensuais? Vocês se guardam para seus esposos ou se mostram para o mundo?

·         Você é feminina?
Seu modo de agir exprime a feminilidade de uma mulher de Deus? Você já sabe fazer coisas que uma mulher deve fazer? É briguenta ou apaziguadora?

·         Você é submissa aos seus pais? É educada e obediente?
Este é um termômetro perfeito para a escolha de uma boa namorada/esposa.

Estes padrões podem parecer do século passado, mas, na realidade, são mais atuais que o jornal de amanhã, pois são divinos. E se você não passou neste teste, quer dizer que ainda não pode nem ser chamado de homem ou mulher! Ainda é necessário crescer em graça, de modo que absorva o padrão de Cristo. A submissão a Cristo gera em nós um espírito disciplinado, apto para um relacionamento bíblico.

Amor

Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. (1 João 4.7)

Por fim, precisamos entender que, um relacionamento submisso a Cristo é regado por amor.
E como nos enganamos acerca disso!
Com a banalização que temos vivido, o amor tornou-se um conceito aquém daquilo que realmente é. Segundo a Bíblia, o verdadeiro amor é vivido somente e plenamente por aqueles que estão em Cristo e são nova criação. O amor do cristão não é mais o amor do mundo, porque em todas as esferas da vida, ele ganha um novo significado; nos relacionamentos amorosos não poderia ser diferente. De “eros” (amor entre homem e mulher), passa a ser “ágape” (amor sacrifical, desmedido, como o de Cristo por Sua Igreja).
Nós amamos com o amor de Cristo, que foi capaz de morrer pelo seu inimigo e torna-lo sua Noiva.
Assim, percebemos que, pelo verdadeiro amor, somos capazes de respeitar nosso futuro esposo (a), de não provocarmos desejos libidinosos fora do tempo, de sermos fiéis até nos desejos e pensamentos, e de entender que o que sentimos deve ser eterno, inquebrável, indestrutível, e não frívolo, leviano...  Se você gostou de alguém hoje e amanhã se interessou por outro, entenda: Não era amor!
O verdadeiro e santo Amor, ama a Deus acima de todas as coisas e pessoas, é perfeitamente expresso em 1 Coríntios 13, sabe esperar e, quando acontece, só pode ser quebrado com a morte.
Entenda primeiro o que é “amar” e depois exerça o amor... Tudo a seu tempo.
O namoro, seguindo os preceitos bíblicos, é único, porque é baseado em amor, e por este motivo é preparação para o casamento, por se tratar, em primeira instância, da união de almas, propósitos, sonhos.... Não sou adepto de movimentos de castidade que pregam corte, namoro telepático e etc., mas aconselho-os a esperar e, se você começou a namorar, mas não tem as características citadas neste estudo aflorando em você, termine! Não se case por beleza, desejo sexual ou qualquer outro motivo. Seu casamento pouco durará e vocês estarão em pecado até o fim da vida.

É possível agradar a Deus com seu relacionamento, e desenvolve-lo de modo santificado. Esta também é uma regra para os solteiros. Não há, no entanto, uma regra para se chegar a este patamar, senão a submissão a Deus, como nos diz Tiago 4.7.
Milite contra si mesmo contra a idolatria sexual; condicione-se espiritualmente para amar mais ao Senhor que ao desejo de namorar, que ao namoradinho ou aquela paquera. Isto lhe ajudará a amar corretamente seu parceiro quando acontecer.
Caso você não tenha se encaixado positivamente em nenhum dos pontos deste estudo, clame a Deus para que faça uma transformação também em sua vida sexual/relacional. A Santificação é uma via de regra para os filhos de Deus. Se seu coração a deseja, isto é um excelente sinal! Recorra ao Senhor em oração e entregue a Ele também esta área de sua vida! Submeta-se a Cristo, pois esta é a melhor forma de relacionar-se com Ele e com os outros.

Que Deus nos abençoe!






1: Pergunta 1ª do Catecismo Maior de Westminster;

Leia também: Purificando o coração da idolatria sexual, John D. Street - Nutra Publicações
Assista: Namoro Bíblico - Paul Washer: https://www.youtube.com/watch?v=T1yfz5R_cfk

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