O que é a Trindade?

  O Breve Catecismo de Westminster diz que existe somente um Deus, e este Deus subsiste em três pessoas: Pai Filho e Espírito Santo. E estas três Pessoas possuem a mesma substância, sendo iguais em poder e glória. De forma alguma as Escrituras ensinam que existem três deuses, bem como também não ensina que este Deus se disfarça de outras pessoas para se comunicar com a humanidade, como já imaginaram alguns. Tudo o que podemos afirmar sobre a doutrina da Trindade surgiu diretamente da Bíblia, não sendo e nem podendo ser fonte da elucubração humana, dada a complexidade da doutrina e nossa limitada compreensão. No livro “A Handbook of Christian Truth”, de Harold Lindsell and Charles J. Woodbridge (p.51-52) há uma frase baseada num sermão de Robert South (séc XVII), que se tornou muito famosa e é bastante feliz sobre este assunto, que diz: "A mente do homem não pode entender completamente o mistério da Trindade. Aquele que tentar entender completamente o mistério perderá a cabeça; m

Sermão do Monte: A voz do autor [1]



“E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:”
Mateus 5.1,2

Os três capítulos do Sermão do Monte (ou da Montanha) merecem atenção especial de todo o cristão. Neles estão resumidos os principais ensinos de Jesus Cristo, acerca do Seu Reino e das condições para se fazer parte d’Ele. Aqui temos o Senhor falando, não por intermédio de profetas ou por visões, mas a própria voz de Deus falou estas coisas a Seu povo. Aqui, quem fala é Aquele quem por estes ensinamentos julgará.

Neste sermão, Jesus explica que tipo de pessoa o crente deve ser, qual caráter o cristão possui e busca ser pleno, qual a conduta e os hábitos dos seguidores do Mestre. Se pudéssemos fazer uma chamada de um programa para o Sermão, com certeza este seria o Globo Repórter, com Sérgio Chapelin e sua voz e dicção emblemática, dizendo: “-Cristãos. Quem são? Como vivem? O que fazem? O que há de diferente neles? Tudo isso nos capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus!”. O Senhor explica àqueles homens sedentos de instrução (Mateus 4.23-25), a transformação que lhes estava acontecendo, e como seria suas vidas de agora em diante, uma vez que, conheceram ao Cristo de Deus.

Como devemos ler e estudar este sermão?

Obviamente a resposta será... Com atenção!

Ali, estavam a ouvir Jesus: escribas, fariseus, zelotes, gentios e publicanos, cada um com um modo de pensar e uma leitura particular e viciada da religião. O Senhor mesmo falando, estava mostrando-lhes o caminho, o Reino dos céus. Todavia, eles podiam vir a entender as palavras de Jesus de um modo diferente, com base em suas perspectivas, cosmovisões e experiências religiosas. E assim como naquele momento, existem aqueles que meditam neste sermão com o olhar da Lei, vendo tudo como uma regra a ser cumprida para se tornar um cristão, como passos para se alcançar o céu. Pura obediência cega, mecânica. Entretanto, não se trata disso o Sermão proferido por Jesus. Este até possui um elemento da Lei, mas Jesus nos dá um conteúdo aprofundado, elementar e elevado, que transcende a letra da lei. Não se tratam de regras, mas de características descritivas (Como veremos nas próximas exposições).

Outros veem o Sermão do Monte com os olhos do Evangelho Social, como se fossem regras de boa convivência, que trariam alguma espécie de justiça social marxista, acabaria com as desigualdades e promoveria o Reino de Deus na terra.

A Palavra, entretanto, nas “Bem-Aventuranças” (Mateus 5.3, ss), por exemplo, fala em “humildade de espírito” e que os que choram são felizes (bem-aventurados). O que demonstra que sem a ajuda do alto, não se pode viver o que foi pregado por Jesus no monte. A narrativa mateana fala de um Reino dos Céus, não de um reino político ou uma “utopia nirvânica”, mas de um reino celestial.
Outros veem o Sermão do Monte numa versão dispensacionalista – na qual, Jesus trouxe os seus ensinos sobremaneira elevados, que de tão difíceis não puderam ser cumpridos. Por este motivo, na falha de fazer com que os homens obedecessem ao conteúdo do sermão, Ele teve de morrer na cruz. Para estes, o sermão, é um plano fracassado, um monte de regras impossível de serem cumpridas e que não merecem nossa atenção.

Infelizmente esta é a visão da maioria das pessoas, ainda que não intencionalmente, quando dizem da dificuldade de agir como rege o Sermão, do ser misericordioso, de dar a outra face, por exemplo. Todavia, se assim fosse, nós não precisaríamos ler o sermão, não precisaríamos nos preocupar com Seus preceitos nem nos sentir condenados por não pôr em prática as suas instruções, pois nada disso teria valor para nós. Além disso, o Sermão foi endereçado aos seguidores de Jesus (Mt 5.1-2). Se não servisse para nós, não poderíamos também dizer que somos o “sal da terra”, tampouco nos apegar as promessas ali contidas. E não há ensino encontrado aqui, que não seja encontrado nas cartas de Paulo ou Tiago. Temos, portanto a prova de que estes ensinamentos são para nós... Hoje! O Sermão do Monte é o novo mandamento, o amor posto em prática e que deve ser praticado por todo crente, que se chama seguidor de Jesus.

Por que estudar o Sermão do Monte? Por que deveríamos tentar viver em conformidade com o mesmo?

Primeiro: Jesus morreu para nos capacitar a viver o Sermão do Monte.

Tito 2.14 diz: O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. (Versão Almeida Corrigida e Fiel). Ele morreu para nos fazer capazes de viver segundo as boas obras preparadas de antemão por Ele (Ef 2.10); nos deu o Consolador, o Espírito que nos capacita a toda boa obra (Jo 16.7; At 1.8). É no Sermão do Monte onde Nosso Senhor nos instrui acerca do que significa ser cheio do Seu Espírito.

Segundo: Nenhuma outra coisa nos ensina tão insistentemente a absoluta necessidade do Novo Nascimento e da atuação do Espírito Santo em nós. Quando estudamos o Sermão nos é revelado o quão distantes estamos do padrão divino e que sem o Espírito não conseguiríamos nem mesmo nos salvar, veja lá cumprir a vida de santidade exigida por Jesus na sua pregação. Tal constatação nos leva a desapontar-nos cada vez mais com a nossas forças ou capacidade humana e depender exclusivamente da graça de Deus.

Terceiro: Quanto mais pusermos em prática os ensinos de Jesus, mais experimentaremos da bênção de Deus.

Se você quer possuir poder espiritual, corra para o Sermão do Monte. Se deseja ser um bom marido, um bom funcionário, um bom irmão de igreja, familiar... Medite nas palavras de Jesus aqui contidas! Viva-o, ponha-o em prática, dedique-se a ele e experimente as bênçãos prometidas (Mateus 5.6). Ele é a estrada que leva à bênção!

Além disso, estudar o Sermão do Monte nos levará a uma vivência cristã prática, o que nos levará ao evangelismo verdadeiro e ao cristianismo vibrante.

O maior problema em nosso tempo não é a falta de ferramentas evangelísticas, seminários de pequenos grupos, métodos de crescimento ou afins, mas de vida e verdade no Senhor. Se todos os que se afirmam cristãos, vivessem por pelo menos um dia como verdadeiros cristãos, aplicando os ensinamentos do sermão proferido por Jesus, impactaríamos o mundo para sempre. As guerras e dissenções que vemos no mundo, não acontecem por conta da política, ideologias ou pelo clima, mas pela falta de cristãos genuínos no mundo.

É de se invejar o fato de vermos tantos jovens morrendo e vivendo ardentemente por causas mil, como o comunismo, feminismo e outros muitos “ismos” que em si não tem sentido. Mas olhem para eles! Vejam sua vivacidade e intenso desejo de fazer sua ideologia aceita e espalhada pelo globo. Imaginem como seria se os denominados cristãos vivessem e apregoassem os valores anunciados por Jesus.

Um exemplo do que aqui é abordado, é o do ex-ministro da justiça indiano, Dr. Bhimrao Ramji Ambedkar. Que andava muito interessado no budismo e compareceu em uma grande conferência mundial da religião. O que ele desejava era saber até que ponto a religião budista era algo vivo. Ele disse, durante a conferência: “Estou aqui a fim de descobrir a extensão do dinamismo da religião budista, no que concerne aos habitantes deste país. Quero descobrir se o budismo é algo vivo.” Questionou ele: “-Tem algo para dar às massas de meus correligionários párias? O budismo é dinâmico? É capaz de nobilitar as pessoas?”. A grande tragédia que envolvia aquele homem, é que ele já estivera há muito nos Estados Unidos e Grã-Bretanha estudando o cristianismo e não encontrou as respostas para suas perguntas.

Sabemos que o budismo não é a resposta. Afirmamos crer que Jesus é a resposta. Que Ele veio a este mundo, morreu numa cruz e ressuscitou para justamente nos capacitar a viver como Ele, a andar no que Ele ensinou, a proceder segundo o Sermão do Monte.

Se todos vivessem o ensinamento de Jesus, como Ele se preocupou em transmitir a seus discípulos, o mundo saberia que o Evangelho é vivo e dinâmico. E não procurariam outra coisa para crer e viver.

Aplicações:
  • Seu cristianismo é vivo?
  • Depois de tudo o que leu, deseja sair do marasmo e ser uma testemunha viva do Senhor?
  • Deseja sair dos rituais mecânicos dos domingos, do cerimonialismo e da auto justificação?
  • Na história da igreja, vemos que os períodos de maior dinamismo, testemunho e avivamento, aconteciam quando as pessoas viviam o Sermão do Monte.


Que o Senhor em Sua infinita graça, nos faça levar estes ensinamentos a sério e à prática, a fim de nos tornarmos exemplos vivos e impactantes.


Soli Deo Gloria.
Sermão exposto no dia 15 de Setembro de 2016, pelo Pr. Luan Almeida.
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Esboço baseado no livro: Estudos no Sermão do Monte. Martyn Lloyd Jones, Ed. FIEL. Adquira o livro aqui.

Outras referências: 

> Comentário Bíblico Matthew Henry (Confira aqui);
> Comentário Bíblico Esperança (Aqui);
> Livro: Crucificando a Moralidade. Ed. FIEL (Aqui);
> Meditações no Evangelho de Mateus. Ed. FIEL (Aqui).





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