[Texto publicado na revista do pastor da Campanha de Missões Estaduais da Convenção Batista Baiana]
"Tu
multiplicaste a nação, a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante ti,
como se alegram na ceifa, e como exultam quando se repartem os despojos". Isaías9.3
Alegria,
prazer, satisfação... Esse sentimento ou estado de plenitude e contentamento é
aquilo que as pessoas mais procuram. Tem sido assim desde os primórdios da
humanidade e muito mais nesses tempos de hedonismo e alta incidência das
chamadas “doenças da alma”, de caráter emocional. O que se vê, é uma busca
desenfreada pela felicidade, lançando-se mão de todos os recursos e artimanhas
e despojando-se do que se fizer necessário para atingir este tão almejado
objetivo, ainda que por breves períodos de tempo.
Este,
na verdade, é o grande problema da humanidade nestes tempos. Almejam tanto ter
alegria – ou ao menos momentos alegres – mas não conhecem sua fonte, sua razão.
Muitos tem buscado nos prazeres carnais, no status social, no conhecimento, na
política, nas relações, no sexo, entretenimento e até mesmo na religiosidade,
porém, sem sucesso, reduzindo sua existência a reles momentos que se tornam
cada vez mais insatisfatórios.
Conhecer
a verdadeira fonte de alegria é a chave para a plenitude da condição humana.
Este é o quadro que contemplamos em todas as páginas da Escritura. A alegria
verdadeira não é um sentimento abstrato, tampouco o resultado de uma ação em
si. Na realidade, a verdadeira alegria é uma Pessoa.
O
livro do profeta Isaías, no capítulo 9, versículo 3, relata que o Senhor
aumentaria a alegria do povo do Reino do Norte, uma vez sitiado pelos assírios.
O texto afirma que este povo se alegraria diante de Deus, como quem se alegra
na ceifa ou como quem reparte despojos. Todavia, embora vejamos um parcial
cumprimento desta profecia, uma vez que dentre os que voltaram do exílio estavam muitos da Tribo do Norte (cf. 1 Cr. 9.3), a razão última do júbilo
daquele povo não estava na parcial libertação do julgo, mas no fato que de
nasceria um Príncipe, um menino que traria paz infinita; um Filho, que
setecentos anos depois, ministraria a cabal libertação e o definitivo e
perfeito Reino nas regiões ao norte de Israel (Mt 4.13-15).
Foi
acerca d’Ele que o anjo falou a Zacarias, quando disse que seu nascimento
traria alegria e regozijo (Lc 1.14); foi Ele quem foi anunciado como “boas
novas de grande alegria” (Lc 2.10); que fez o ainda gestado João, saltar de
alegria no ventre de sua mãe (Lc 1.44); que em Seu ministério terreno, apregoou
o Seu Reino, que consistiria em justiça, paz e alegria no Seu Espírito (Rm14.17); que trouxe alegria por meio do perdão e salvação outorgados (Lc 19.6);
que mesmo em Sua terrível morte vicária, consolou com a efetiva esperança de
vida eterna (Lc 23.43); foi a Sua ressurreição e ascensão que traria uma
alegria completa, que ninguém poderia tirar (Jo 17.13; 16.22). Foi esta alegria
que motivou Sua recém instaurada comunidade de seguidores – a Igreja – a
perseverar todos os dias (At 2.46; 13.52) e a apregoar intrepidamente cura e
perdão (At 8.8). É Ele quem sustenta Seu povo frente às perseguições e
intempéries da carreira de fé, é Sua presença e iminente volta que refrigera o
angustiado (Fp 4.4); e essa certeza de plena e indizível satisfação é o que
leva os Seus a ansiarem Seu triunfal retorno (Ap 22.20).
Sim!
A Alegria veio a este mundo em forma humana (Jo 1.14), andou e comeu entre nós
(Lc 24.41) e o Seu nome é Jesus, a salvação vinda do Pai. Este é a verdadeira
razão e felicidade. Ele é o sentido da vida, que pregou que felizes são os que
foram iluminados a compreender Sua graça e tem fome e sede de se parecerem com
Ele, que em tudo foi santo, verdadeiramente Deus e homem, Vida, Verdade e
Caminho. Somente Cristo Jesus, a alegria personificada, pode preencher a sede
humana por gozo e satisfação, pois fomos feitos para Ele (Is 43.7; Rm 11.35-36)
e como dizia Agostinho de Hipona, nosso coração estará inquieto enquanto não
repousar n’Ele, suprema Beleza e Luz Jubilosa.
É
Jesus Cristo a alegria dos povos, o Ungido com óleo de alegria é a satisfação
que o mundo tanto busca (Hb 1.9). Não são as coisas deste mundo, os aparentes
prazeres carnais, prosperidade financeira ou mesmo boa saúde física que trarão
plenitude aos homens, pois este foi feito para desfrutar de Deus e somente Ele
o suprirá. Este é o ponto de partida, clímax e conclusão que cada crente
batista baiano precisa trazer à tona, a fim de que o nosso estado seja
impactado por essa tão boa notícia. Se Cristo for o anelo e alegria de nossos
cultos, o tema dos nossos louvores, o assunto principal de cada pregação e Sua
graciosa obra substitutiva o tema de nossa evangelização, a Bahia O conhecerá
em Sua glória e a bandeira da salvação tremulará em cada recôndito desse
estado.
Que
o Pai, em Sua misericórdia, ilumine cada batista baiano, a fim de que
contemplemos Jesus como Ele de fato o é, para que Ele seja a motivação de cada
iniciativa missionária, a fim de que, assim como fora com o Reino do Norte, o
povo baiano exulte e se alegre com o Cristo Vivo, reinando soberanamente em
cada coração.
A
Cristo Jesus Ressurreto em Poder, seja toda a glória.
Pr.
Luan Almeida
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